16 junho, 2006

Eternamente

Loucamente alucinada. Perdidamente apegada. Perco-me nas loucuras que não me largam, nas vontades, nos pecados. O proibido tende em me tentar. Solto-me, voo cegamente e vou apalpando o caminho na tentativa de te encontrar.
As alucinações que vão, alucinações que ficam...escondo-me por entre fantasias que numa altura ou outra tentam me alegrar. Os sons repetem-se e de alguma forma são espaçados, têm vagas e aberturas entre si. E em pedaços têm bocados de ti. Na escuridão, quando a noite é mais silenciosa, a música toa de forma a ser mais minha, mais sonora, mais beça e poética. Pouso em algo que gosto de chamar lua. A minha música continua, também é tua. Danço com a imagem que tenho de ti. O tempo nao se mexe, mas repete-se, e gira e dança... A música voa, mergulha, sonha, eleva-se e faz essas coisas todas maravilhosas imaginárias. Sinto o vento a me tentar levar nestas ilusões, porque sabe que preciso.

De repente, por entre utopia, apareces. Algo me diz que vamos começar uma viagem por entre as nossas próprias estações pessoais. Puxas-me para ti, e no meio da noite a nossa primavera começa: os corpos enchem-se de necessidades de beijos e abraços, como se finalmente estivessemos apaixonados. Carícias e carinhos abundam. Depois, chega o verão. Os calores e o aquecimento corporal, as altas temperaturas e a vontade de refrescar tirando algumas roupas. E o desejo de nos juntarmos numa chama de paixão. O outono aparece de leve, quando os corpos já estão exaustos. Os corpos suam , simbolizando a chuva precoce. Finalmente tremo com a chegada do teu inferno, e acaba tudo por aqui. Levantaste e mais uma vez abandonas-me, sozinha na nossa lua.
Enlouqueço, alucino, tento me despegar. Fraca, caí na tentação. A música cessa. Após a tua repetitiva partida, nem ficaram particulas tuas por aqui. O tempo recomeça o seu funcionamento normal. O relógio começa a badalar, as horas retomam o seu sentido. O vento levou-me na ilusão que desta vez ficavas. Acabou-se....